Instituto Pacs participa da primeira reunião da Comissão Especial de Segurança Alimentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Na última quarta-feira, dia 28 de maio, foi realizada a primeira reunião pública da Comissão Especial de Segurança Alimentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O Instituto Pacs esteve presente, junto com a roda de mulheres da Rede Carioca de Agricultura Urbana (Rede CAU) e mais de 50 organizações. A Comissão é presidida pela vereadora Maíra do MST (PT/RJ).

Reuniã da Comissão Especial de Segurança Alimentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Fotos: Reprodução - @mairadomst.

Na abertura do encontro, a militante Saney Souza, da coletiva As Caboclas, declamou o poema 13 de maio, de Carolina Maria de Jesus, que, de forma tocante, aponta a fome como o modelo da escravatura atual.

Sabemos que a fome não é resultado da falta de alimentos. A fome é um projeto, político e econômico, que nasce na falta de acesso à terra, renda, moradia, educação e outros direitos. No Rio de Janeiro, há quase 2 milhões de pessoas convivendo com a insegurança alimentar. As famílias periféricas e as mulheres negras são as mais afetadas pela falta de acesso à alimentação adequada e saudável. Essa realidade precisa mudar.

A Comissão de Segurança Alimentar e Nutricional é um dos instrumentos que temos para construir outros projetos de mundo e incidir sobre o poder público, no sentido de transformar o combate à fome numa prioridade política, levando em consideração as experiências e ensinamentos de quem já constrói alternativas no dia a dia – agricultoras e agricultores que constroem hortas urbanas e feiras agroecológicas, comunidades tradicionais, quilombos, redes de solidariedade e movimentos populares.

Durante a reunião da Comissão, a assessora político-pedagógica do Instituto Pacs, Thais Matos, falou sobre a importância de fortalecer a atuação das mulheres agricultoras urbanas, que são lideranças da luta por segurança e soberania alimentar. “Elas são as mais impactadas e, ao mesmo tempo, são as principais geradoras de soluções”, disse Thais.

Representantes de outras organizações também falaram sobre a importância de monitorar a execução do Plano Municipal de Segurança Alimentar, garantir assistência técnica para os agricultores acessarem as políticas públicas, retomar o Programa Hortas Cariocas, ampliar a participação da juventude e promover o reconhecimento do protagonismo das mulheres, sobretudo negras e periféricas.