Instituto Pacs promove oficina de contas em argila no Rio de Janeiro

A oficina de contas em argila que o Instituto Pacs promoveu no dia 19 de janeiro, no terreiro de umbanda Casa das Águas, da Mãe Flavia de Iansã, em Cascadura, no Rio de Janeiro, foi marcada por trocas, aprendizados e reflexões fundamentais para a preservação dos saberes ancestrais. A atividade faz parte das ações da Caravana Contra os Racismos Religiosos, iniciativa proposta pelo Pacs e abraçada por outras organizações da sociedade civil, movimentos sociais e coletividades religiosas de matrizes africanas, indígenas, ciganas e cristãs, que atuam em rede, com o objetivo de combater o racismo religioso e fortalecer as articulações e lutas dos povos tradicionais. A facilitadora da oficina foi a coordenadora de projetos do Instituto Pacs, Yasmin Bitencourt, que trabalha com cerâmica desde 2021.

À esquerda, foto aberta da oficina. À direita, participantes modelando o barro.

Yasmin compartilhou sua experiência com a cerâmica e destacou que o manuseio do barro é uma prática milenar, que pode ser um processo terapêutico e que, principalmente, promove conexão com um elemento primordial para as religiões de matriz africana: a terra. Depois, ela ensinou as principais técnicas para a produção das contas utilizadas nos fios de conta, desde a modelagem e pigmentação até a queima e finalização. Os participantes deixaram a criatividade fluir e ainda produziram firmas, cabaças, potes, xícaras e outros objetos. “Tem coisas mais legais que celular!”, disse uma das jovens participantes.

À esquerda, a facilitadora da oficina, a coordenadora de projetos do Instituto Pacs, Yasmin Bitencourt. À direita, a coordenadora institucional do Pacs, Aline Lima, com uma das participantes da oficina.

Os fios de conta são colares de múltiplas cores, que estão longe de serem apenas acessórios. Eles representam proteção e fortalecimento espiritual para quem os utiliza. Antes do uso, são consagrados e se tornam ponte para a conexão entre a pessoa que os utiliza e os Orixás aos quais estão associados. São um símbolo muito importante para os povos de terreiro, carregando não apenas sua identidade, mas também o reconhecimento e o respeito aos guias espirituais e às comunidades de matriz africana.

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