Mobilização de famílias agricultoras e indígenas consegue paralisar atividades de parque eólico pela primeira vez no país

Ocupação da ADEPE
Famílias agricultoras e indígenas ocupam sede da ADEPE e conquistam vitória histórica. Foto: Renata Pires/CPT.

Na manhã do dia 17 de fevereiro de 2025, indígenas Kapinawá e famílias agricultoras, do Sítio Ágatha e de outras organizações, ocuparam a sede da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (ADEPE), no Recife, em protesto contra os impactos causados por complexos eólicos no estado – entre eles, a perda de territórios, remoções forçadas, contratos abusivos e danos ambientais e à saúde das famílias. Após 2 dias de ocupação e de intensas audiências com autoridades governamentais, as famílias agricultoras e indígenas que ocuparam a ADEPE conquistaram uma vitória histórica.

O governo garantiu que não haverá instalação de parques eólicos nos territórios do povo Kapinawá e anunciou que não vai renovar a licença de operação do complexo eólico Ventos de São Clemente. A mobilização também conquistou a criação de um comitê com participação das comunidades atingidas pelo complexo Ventos de Santa Brígida, para a construção de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Essa foi a primeira vez que uma mobilização popular conseguiu a paralisação de um parque eólico no país. É um marco na luta contra um modelo de geração de energia baseado no lucro e às custas da destruição da natureza e da vida dos povos indígenas e das comunidades tradicionais. 

Viva o povo que sonha, se organiza e luta para transformar a realidade!